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Paraná: Greve e ocupação em defesa da educação do povo

Por Revolução Socialista, PR

Desde o início do governo, Ratinho Jr tem privatizado e vendido a grandes empresários empresas extremamente importantes para o povo, como foi o caso da empresa de energia Copel, administrada pelo irmão do então vice-prefeito, Eduardo Pimentel. Além disso, muitas escolas foram militarizadas, sofrendo com a perda da educação humana que um dia existiu. Tudo isso dá continuidade ao projeto iniciado por Bolsonaro, com o governo Lula representando pouca ou nenhuma diferença para os paranaenses, que veem esse projeto avançar desenfreadamente. Ao longo dos anos, já se notava a intenção de privatizar também a educação, com reuniões com grandes bilionários e conhecidos ladrões no Brasil, como a Fundação Lemann, envolvida no golpe da Americanas.

Na semana passada, Ratinho Jr apresentou o projeto “Parceiro da Escola”, que, de maneira absurda e vergonhosa, entrega a educação à própria sorte, enganando os pais e responsáveis com a falsa ideia de benefício. Na verdade, as comunidades e os estudantes votaram contra esse absurdo. Mesmo assim, a lei seria votada ontem, no dia 03/06/23 às 14h. O sindicato responsável pela categoria, APP, professores, bem como toda a resistência de diversas cidades do Paraná, representada por pais de alunos, estudantes, movimentos sociais, partidos de esquerda e outros sindicatos, mobilizaram a cidade e o estado para marcharem e acompanhar a votação em frente à Assembleia Legislativa do Estado do Paraná.

Durante todo esse tempo, o sindicato tentou mesas de negociação e comunicação com o governo do Estado, que simplesmente negou e tentou criminalizar a greve. Próximo às 14h, mais de 20 mil professores, alunos, partidos, movimentos sociais e independentes se concentraram para acompanhar o que viria a ser uma das maiores vergonhas da história do Estado.

Primeiro, tentaram suspender a votação que aconteceria às 14h, porque a quantidade de parlamentares já comprados pelos ladrões do dinheiro público não estava na ALEP! Como direito do povo, os professores ocuparam a Assembleia de maneira pacífica, apenas abrindo as portas para entrar na casa que é DO POVO, paga com dinheiro público, mas encontraram apenas os parlamentares da oposição ao governo, os únicos que tiveram a decência de encarar quem ali protestava por nenhum direito a menos. Além deles, somente um parlamentar reacionário do União Brasil ficou no recinto, para garantir que poderia gravar seus vídeos com mentiras zombando da classe.

A sessão foi suspensa e a votação transferida para a modalidade online, para as 17h, em um ato covarde de quem não queria olhar nos olhos do povo. Novamente: todos os votantes que votaram pela aprovação se esconderam atrás de telas e muros, porque sabem o crime que estão assinando!

Uma boa parte dos manifestantes já estava dentro da Assembleia, rodeados por uma grande quantidade de policiais militares, bem como a tropa de choque. A oposição tentou retirar o projeto de pauta, mas sem sucesso, se realizou a votação online, de maneira covarde e vergonhosa, nitidamente improvisada, alguns dentro do carro ou em lugares inapropriados, mostrando como não costumam trabalhar e como foram acionados de maneira emergencial para votar o projeto.

Após a votação e aprovação em 1º turno por 39 votos favoráveis contra 13, professores e trabalhadores da educação permaneceram a noite no prédio. Há no local uma grande quantidade de policiais militares, o que contradiz todas as fake news que estão sendo disseminadas a respeito do ato.

No Paraná, a educação ainda existe porque professores e professoras resistem e sempre resistiram, não sendo a primeira vez que ocorre a ocupação legítima de um espaço que é do povo, contra ataques criminosos de quem ocupa uma cadeira eleita e paga pelo povo, apenas para nos roubar. Na entrada do espaço, professores e professoras se machucaram, alguns foram hospitalizados e outros detidos, mas a solidariedade permanece para que esse projeto seja RETIRADO.

A polícia reprimiu e levou presos a Ronaine Hegele, professora de Cascavel, e Pedro Lanna, técnico-administrativo em educação. A tentativa de criminalizar a nossa luta não vai deter a força de um povo. Exigimos a imediata liberação dos detidos e que sejam anulados qualquer processo judicial iniciado contra eles.

Nada dentro do espaço foi violado, professores e professoras, inclusive aposentados, estão pacificamente no local. É importante mencionar que os militantes da Revolução Socialista em nenhum momento foram impedidos de entrar ou de permanecer no espaço, nem pela polícia, nem pelos seguranças. Adentramos o espaço livremente e nele estamos e permaneceremos de maneira pacífica, contra um projeto que, esse sim, é um crime!

Haverá uma segunda votação no início da tarde, mas a disposição dos fatos demonstra que o projeto será aprovado, ficando na responsabilidade das direções sindicais e políticas manterem a greve e as mobilizações, além de exigir também a atuação do governo federal, defensor das PPP (Parcerias Públicas Privadas) e que neste momento enfrenta uma greve federal porque se nega a valorizar a educação pública, como se expressa na negativa de revogação do NEM.

A APP Sindicato, dirigido por setores aliados ao governo nacional, como são a CUT e a CTB, é responsável de não ter apostado à mobilização das bases da categoria, se concentrou em negociações dentro de escritórios parlamentares ou governamentais, quando a única força capaz de deter essa ofensiva privatista está nas bases e na luta da categoria e da sociedade paranaense como um todo. Apenas com a mobilização é possível frear os avanços criminosos de quem lucra com a exploração dos trabalhadores e trabalhadoras, querendo agora também transformar nossas crianças em meras fontes de lucro para os mesmos ricos de sempre!

Chamamos a todas e todos a virem para a ALEP a defender a educação do povo! Nossa luta é todo dia; educação não é mercadoria.

·      Não ao “Parceiro da Escola”!

·      Contra qualquer terceirização ou privatização das escolas públicas!

·      Liberdade aos presos por lutar!




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