A luta dos operários da Construção Civil, é a voz de uma cidade refém da especulação imobiliária
- Comunicação RS
- 16 de set.
- 2 min de leitura
Por Douglas Diniz - Jornalista, membro da Direção da Revolução Socialista (RS) e da Liga Internacional Socialista (LIS), Coordenador do Portal Info.Revolução
E-mail: contato@inforevolucao.com
A COP 30, que está sendo preparada em Belém, se tornou um símbolo de uma grave contradição: enquanto bilhões são investidos em obras, os trabalhadores que as constroem recebem salários baixos em condições precárias de trabalho.
Essa é a realidade que motivou a greve dos operários da construção civil na região metropolitana da capital paraense.
A paralisação, que ameaça o cronograma da conferência, é a resposta direta à proposta "vergonhosa" da patronal, que oferece um reajuste de apenas R$ 5,00 e uma cesta básica muito abaixo do mínimo necessário.
Essa exploração brutal contrasta com a cifra de mais de R$ 5 bilhões que o governo federal, o governo do Pará e a prefeitura de Belém estão investindo nas obras.
Esse cenário expõe um "legado" que, em vez de beneficiar a população pobre e trabalhadora da cidade, serve apenas aos interesses de empresários e a especulação imobiliária.
As obras, questionadas por priorizarem soluções inadequadas para a realidade amazônica — como aterrar canais em vez de despoluí-los — e por terem um ritmo lento em áreas essenciais como saneamento básico, evidenciam a desconexão com as necessidades reais da população, sobretudo a que vive na periferia da cidade.
A luta dos operários é, portanto, a voz de uma cidade que vê a violência da especulação imobiliária, a falta de diálogo com as comunidades e a possibilidade de que o alto custo e a pressa da COP 30 não tragam um benefício duradouro para Belém.
Apoiar a greve é apoiar a reivindicação por melhores condições de vida, que não deixe para trás aqueles que, com seu trabalho, constroem a riqueza que se acumula nas mãos de poucos.









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