A COP da destruição e da farsa: o fracasso de Belém e o legado de cinzas
- Comunicação RS
- há 17 minutos
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A COP30 em Belém não foi um "divisor de águas" para a ação climática; foi o palco de uma vergonhosa rendição e um doloroso lembrete de que a diplomacia climática, dominada pelos interesses do capitalismo destrutivo, falhou novamente.
A exclusão descarada do "mapa do caminho" para o fim dos combustíveis fósseis do rascunho final é um ato de sabotagem contra o futuro e um tapa na cara das comunidades vulneráveis.
Não podemos aceitar eufemismos: a COP30 é um colapso. Cientistas comprometidos com a humanidade, e ativistas estão certos ao classificarem o resultado como "vergonhoso".
No momento mais crítico da crise climática, onde cada tonelada de CO2 conta, a conferência sucumbiu à pressão de mais de 80 países – lobistas do carvão, do petróleo e do gás.
Essa omissão não é um mero erro técnico; é a prova cabal de que a ganância capitalista e a busca por lucro de curto prazo continuam a ditar a agenda global, atropelando a vida, a ciência e a justiça.
O rascunho final, sem um compromisso claro e temporal para o abandono gradual dos fósseis, é um documento inócuo que, na prática, emite um licenciamento para a continuidade da destruição planetária.
O governo brasileiro e a perda de credibilidade
É impossível falar do fracasso da COP30 sem apontar o dedo para a hipocrisia do governo brasileiro.
A credibilidade que ostentava sobre o tema evaporou com a sua ambivalência, culminando na permissão para a exploração de petróleo na Margem Equatorial, na Foz do Rio Amazonas.
Não se pode pregar a conservação global enquanto se abre as portas para a destruição de biomas essenciais como a Amazônia.
Essa contradição retira a voz de liderança que o Brasil pretendia ter, transformando seus "discursos empolados" em meras palavras vazias.
A verdadeira história da COP30 não está nos salões climatizados de Belém, mas nas ruas e nas aldeias. O legado dessa conferência de fachada não são os bilhões de reais gastos, transformados em cinzas do fracasso, nem o palanque eleitoral montado pelos governantes locais. O verdadeiro legado é a explosão de descontentamento e a mobilização popular.
Belém, com sua infraestrutura precária e seu saneamento básico inexistente, foi o espelho cruel da crise social que acompanha a crise climática.
O que realmente transformou a COP30 na "COP da Verdade" foram as mobilizações históricas dos Munduruku, Tupinambá, Arapiuns, e dos movimentos de professores e servidores da saúde.
Eles saíram às ruas em defesa de território, serviços públicos gratuitos e qualidade de vida. Eles demonstraram que:
* Só com organização, mobilização e protesto popular é que se pode deter a ganância de poucos e defender verdadeiramente o meio ambiente e o futuro da humanidade.
* A luta continua nas bases, onde o futuro será decidido, e não em mesas de negociação cooptadas pelo capital fóssil.
A luta vai continuar com mais intensidade contra a privatização dos rios Tapajós, Tocantins e Madeira; contra a ferrogrão, por demarcação de Territórios Indígenas e quilombolas, por serviços públicos gratuitos e com qualidade.
Apoiar e ser parte ativa desse processo é o compromisso da Liga Internacional Socialista.









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