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PSOL "um novo partido contra a velha política". Ou Diga-me com quem andas... e eu te direi quem tu és

Em 06 de junho de 2004 o PSOL foi fundado para superar a política de conciliação de classes e “o modo petista de governar”, pautado na velha política do toma lá dá cá. O PSOL denunciava a falsa polarização dos partidos PT-PSDB definindo-os como farinha do mesmo saco. Quase 20 anos se passaram e sob nova direção o partido Socialismo e Liberdade vem se adaptando a ordem burguesa e deixando no passado o compromisso com o socialismo e a liberdade. O medo de uma onda conservadora e fascista se apoderou da direção majoritária do PSOL que tem adotado a política de frente ampla, policlassista e onde cabem os neoliberais de plantão e até mesmo políticos simpáticos e adeptos da ultra direita.

Nós, militantes e simpatizantes da Revolução Socialista, queremos fortalecer o PSOL fundacional, aguerrido e lutador, mas aquele setor ligado a direção majoritária, quer fazer do partido um puxadinho do PT. O PSOL está dividido em nível nacional, desde 2022, quando a direção majoritária embarcou definitivamente no eleitoralismo mais descarado, sem disputar a política, sem candidatura própria, limitando-se a apoiar projetos capitalistas, burgueses, liberais, de destruição de conquistas e ataque ao meio ambiente.

A defesa da democracia burguesa ameaçada pela ultradireita é o argumento da majoritária do PSOL para apoiar de forma irrestrita o governo Lula-Alckmin. Há mais de um ano o PSOL entrou no governo com importantes figuras públicas para ocupar cargos e ministérios, sem levar em conta as medidas antipopulares que este governo está aplicando. Tudo em nome de combater o bolsonarismo.

Não negamos a existência da ultradireita, do golpismo, mas responsabilizamos fundamentalmente os 14 anos de governos petistas a vitória eleitoral de Bolsonaro que governou o país com sua necropolítica, alicerçada nas milícias, na corrupção e no negacionismo. A falta de um projeto radical anticapitalista e socialista em São Paulo levou a eleição de Tarcísio de Freitas em 2022.

Este governo de Frente Ampla, que a direção majoritária do PSOL apoia, inclui partidos de direita, do chamado centrão e até bolsonaristas. Tudo isso graças a muito dinheiro público negociado e a manutenção do vergonhoso orçamento secreto em troca do apoio a reformas antipopulares, privatizações, terceirização, demissões e corte de gastos sociais.

A direção majoritária do PSOL e seus aliados, aqui no Vale a corrente Resistência, adotam a velha política de acordos e negociatas. Por isso em São José dos Campos acabam de fechar uma chapa majoritária para disputar as eleições municipais encabeçada por Wagner Balieiro-PT aquele que declarou que precisava acabar com a ocupação do Banhado. Fazer aliança com partidos de direita, de centro-direita e de centro-esquerda, não conduzirá a vitórias, mas a derrotas e pavimenta o caminho para a ultradireita e os regimes autoritários e fascistas. Primeiro foram conversas informais, depois reuniões secretas com o PT e agora avança para um Chapão em SJC, jogando no lixo o histórico do PSOL de independência de classe.

Nossas candidaturas do PSOL sempre tiveram uma política audaciosa, a favor do povo trabalhador, das mulheres, da negritude, contra a discriminação e a repressão, pela municipalização do transporte público, contra a terceirização que mata a educação e a saúde públicas, em defesa do planeta e dos povos originários. Sustentar essas propostas exige independência de classe e coragem para enfrentar os poderosos, justamente o que o PT já demonstrou que não faz. Não é por acaso que as duas vezes em que o PT governou a cidade não foi reeleito.

Nós de Revolução Socialista, tendência interna do PSOL, defendemos uma Frente de Esquerda restrita ao PSOL-PSTU-PCB-UP, ou seja, aos partidos de esquerda, anticapitalistas e socialistas, como sempre fizemos. E por isso repudiamos a coligação com o PT articulada pela corrente Resistência nos bastidores do poder político. Além do mais, levar água para o moinho do PT quando Marina Sassi (PSOL) está pontuando nas pesquisas parece um desprezo pelo próprio PSOL.

Não queremos ser mais um puxadinho do PT, não queremos que acabem com o PSOL.

Continuaremos na batalha pelo PSOL das origens e não desistiremos de nossa luta por uma nova direção para a classe trabalhadora, por um partido socialista com democracia de base, sem patrões, nem aliados burgueses. Lutamos pela destruição do sistema capitalista, pelo Socialismo e preservação do planeta.

 

São José dos Campos, 17 de maio de 2024

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