Por Comité Regional SP de Revolução Socialista
Ficamos sabendo pela mídia burguesa que Marta Suplicy aceitou ser vice de Boulos para concorrer à eleição na prefeitura de São Paulo. A notícia nos lembra uma velha e sempre atual frase de Karl Marx, “a história se repete, primeiro como tragédia e segundo como farsa”. Acordos com a direita tradicional, com a desculpa de deter o avanço do bolsonarismo, não deram certo no passado e está se demonstrando que também não dá certo hoje. E infelizmente, esse é o posicionamento político de grande parte das correntes do PSOL.
Marta Suplicy: Uma história coerente (à direita).
Marta foi a prefeita de São Paulo que recebeu o apelido de “Martaxa” pela sua política de ajuste fiscal que aumentou de 4,75% para 8,35% as taxas dos serviços prestados pela prefeitura, prejudicando trabalhadoras e trabalhadores com baixos salários, desempregados, etc.
Foi também a senadora que votou o Teto de Gastos em 2016, e também a Reforma Trabalhista de 2017, esteve envolvida nos escândalos da Odebrech e votou pelo impeachment de Dilma.
Marta fez diversos acordos políticos que incluiu sua filiação ao PMDB e Solidariedade. E durante 3 anos esteve no cargo de Secretária de Relações Internacionais da prefeitura de São Paulo como aliada do prefeito Ricardo Nunes. Dia 9/1/24 entregou o cargo, aceitando o chamado do PT, foi "repatriada correligionária" para ser candidata a vice-prefeita de São Paulo da chapa de Guilherme Boulos.
Uma história de alianças e apoios a projetos e políticas alinhados com os setores de poder que vêm atacando à classe trabalhadora e suas conquistas.
Para Boulos, vale tudo para ganhar as eleições?
Guilherme Boulos, começa sua história política na luta pela moradia dos setores populares e defendendo um projeto a favor dos setores mais pobres do povo, agora cai na armadilha eleitoreira e nos propõe ir com ele.
A aliança com Marta Suplicy é uma rua sem saída. É uma nova frustração anunciada. A tese é: unir todo “o campo democrático” contra o bolsonarismo. Aí vem os Alckmins, as Martas, as Tebets ou André Fufuca (PP-MA) que atualmente é o Ministro de Esporte ou Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) o dos Portos e Aeroportos. Enfim, vale tudo para ganhar as eleições. Entretanto não se combate o bolsonarismo, com a velha política e abraçados com o próprio bolsonarismo.
Nós, de Revolução Socialista, não vamos com a direita.
Para nós, como uma tendência interna composta por muitas companheiras e muitos companheiros fundadores do PSOL, essa política do "vale tudo" é um suicídio.
Nossa vereadora Silvia Letícia (PSOL, Belém-PA), tem feito um bom combate junto às trabalhadoras e aos trabalhadores do serviço público e à população massacrada em seus direitos básicos contra os ataques da frente ampla da Primavera Socialista, encabeçada por Edmilson Rodrigues, na prefeitura de Belém e do coronelismo dos Barbalhos no Estado.
Continuamos apostando na unidade de lutadoras e lutadores que querem transformações reais, sem cair no "canto da sereia" da conciliação de classes com nossos exploradores e opressores.
É por isso que somos contra o acordo que Guilherme Boulos, às costas das bases militantes do PSOL, fechou com Marta Suplicy e o PT. Alertamos que esse acordo levará a um novo fracasso para a classe trabalhadora e o aprofundamento da degeneração do PSOL das origens.
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