Oposição de Esquerda ao Governo Ibaneis.
Tese da Revolução Socialista ao 8o Congresso Regional do PSOL-DF.
RS - Revolução Socialista - Tendência Interna do PSOL.
“OBSERVAÇÃO: Dedicamos este documento às 700 mil vidas perdidas devido à política genocida de gestão da crise sanitária, realizada pelo desgoverno Bolsonaro e sua gangue genocida, que teve no DF o governo Ibaneis como o seu mais decidido comparsa. Também prestamos uma homenagem aos combatentes do nosso próprio partido que tombaram pela Covid-19, gostaríamos de dizer que um partido rebelde, de luta e radicalmente posicionado contra o conciliacionismo de classe, que agora se abraça com os responsáveis pelo genocídio sanitário, é a única forma de honrar a memória daqueles que foram vitimados neste holocausto moderno.
CONJUNTURA LOCAL
As Eleições de 2022 no Distrito Federal provocou a vitória eleitoral de Ibaneis Rocha (MDB-DF) no primeiro turno, uma verdadeira catástrofe para a classe trabalhadora, pois serão mais 4 anos de um governo machista, racista, homofóbico, corrupto e bolsonarista, além de uma confortável maioria na CLDF. Isso em um cenário de caos político e social pós-pandemia onde áreas como saúde, educação, assistência social, entre outras foram completamente abandonadas pelo GDF.
No caso da Educação o autoritarismo do GDF durante a Greve dos Professores na luta por um reajuste salarial, depois de 8 anos de congelamento de salários, onde em vez de se abrir a uma negociação que pudesse evitar o decretação da greve ou mesmo seu prolongamento, teve a truculência e o descanso como meio de interlocução se negando a uma negociação verdadeira, levando a greve à Justiça burguesa exigindo corte do ponto, multa absurda por dia de greve e congelamento dos bens e recursos do Sindicato. No entanto, também ficou visível durante a greve que GDF teve um forte aliado para levar a greve ao fracasso, o Sinpro-DF com sua direção petista e burocrática.
E enquanto negava reajuste salarial ao magistério público, o Governador Ibaneis Rocha aumenta o próprio salário e de sua vice Celina Leão, além de seus secretários, provando que é também mentiroso pois disse que ia abrir mão do próprio salário e que professor deveria ganhar um salário igual a um juiz.
O 08 de Janeiro foi característico para definir de que lado está o governo Ibaneis. O GDF tinha como Secretário de Segurança Anderson Torres, braço direito de Bolsonaro. Os brutais ataques na Praça dos Três Poderes foram amplamente divulgados na internet desde 12 de dezembro de 2022 e reforçados pelo atentado em na véspera de Natal no Aeroporto de Brasília. Mesmo com todas informações o GDF permitiu que o acampamento bolsonarista continuasse existindo e se ampliando, em 08 de janeiro foi a própria PMDF quem escoltou os bolsonaristas para a Esplanada dos Ministérios, ou seja, fica caracterizado a participação direta do Governo Ibaneis nos atos bolsonarista de 08 de Janeiro, mostrando o total servidão de Ibaneis a Bolsonaro.
Não podemos esperar até 2026 para responder aos ataques que Governo Ibaneis desfere contra a classe trabalhadora e o povo pobre do DF, o PSOL-DF precisa ter uma forte expressão como oposição de esquerda denunciando categoricamente os desmandos do desgoverno de Ibaneis, o PSOL-DF não pode de novo vender a ilusão que as eleições burguesas podem ser a solução para a classe trabalhadora, em vez disso deve ser uma voz ampliada das lutas e mobilizações protagonista consequente e coerente da esquerda no DF.
POR UM FEMINISMO CLASSISTA E ANTICAPITALISTA
Defendemos um feminismo classista e anticapitalista não existe patriarcado independente do capitalismo. É por isso que nossa luta política implica em defender um programa de transição que, a partir das necessidades especificas de direitos de gênero em cada país, busque construir uma ponte entre demandas feministas e a luta de classes preparando a revolução contra os governos, o regime e o sistema capitalista. Abrindo o caminho para uma sociedade igualitária, sem exploração, o socialismo.
As mulheres do DF, no período pós-pandemia, seguem sofrendo ataques aos seus direitos e sofrendo com resquícios da política bolsonarista. Há ausência de mudanças para mulheres no governo Lula e Alckmin. Na conjuntura local segue a retirada de direitos pelo governador Ibaneis.
O governador segue com despejos de famílias pobres, ataca trabalhadoras ambulantes com repressão policial, abandona as periferias do DF sem estrutura básica para mulheres trabalhadoras, não promove acesso creche à pública gratuita com ampla oferta, não faz reformas e construções de escolas, não melhora a infraestrutura nas periferias, não incentiva o acesso à moradia digna e ao trabalho formal.
Há uma ausência de políticas públicas de combate à violência doméstica e políticas para mulheres no DF. A realidade da violência doméstica e os índices de feminicídio no DF têm sido alarmantes e desesperadores. Uma mulher morre por feminicídio por semana no DF.
É preciso unificar todas as lutas contra os ataques do governo Ibaneis e do governo Lula-Alckmin, denunciar as contradições da frente ampla e construir mobilização das mulheres e de toda classe contra os governos. É necessário construir uma organização de mulheres que tenha caráter classista, com a tarefa de unificar as mulheres trabalhadoras, periféricas de todas as idades, as mulheres negras, cis, transexuais, bissexuais, lésbicas, contra o machismo, o racismo e a homofobia que tira nossa dignidade e nossas vidas.
BALANÇO DO PSOL
Apontamos que o Balanço do PSOL-DF é contraditório, por um lado o partido avançou eleitoralmente, com a reeleição de Fábio Felix e a eleição de Max Maciel, além de cumprir a superação da cláusula de barreira a nível federal. Por outro lado, o PSOL-DF não avançou na organização territorial, no trabalho dos setoriais, na formação política e sobretudo se mantém na incapacidade de construir uma alternativa política à esquerda que conseguisse derrubar o governador Ibaneis Rocha (MDB).
O governador, sustentado pela burguesia brasiliense governou, apesar da baixa popularidade, sem uma oposição firme e coerente. O PSOL-DF poderia ter cumprido o papel de ser voz de milhares de trabalhadores descontes com governo, mas ao diluir-se politicamente em nível nacional na frente ampla com os demais partidos “progressistas” o PSOL-DF perdeu a oportunidade de armar o conjunto de sua militância para construir uma oposição de esquerda ao Ibaneis. Por outro lado, os problemas crônicos de organização partidária reforçam a dependência do PSOL aos parlamentares e de suas figuras públicas.
Mesmo com o fim da pandemia, o PSOL-DF fez poucas reuniões da Executiva e do Diretório, quase nenhuma reunião foi feita para armar politicamente o conjunto da militância e intervir como partido nas diversas lutas que aconteceram nesta cidade. A ausência de democracia interna em que as principais decisões são acordadas e negociadas entre as principais forças do partido impede que a base partidária tome as decisões políticas e organizativas.
O PSOL-DF não avançou na comunicação com a sociedade e muito menos com os filiados, o site não é atualizado, não existe jornal e a comunicação interna é deficiente. Não existe prestação de contas para os filiados, muito menos campanha de autofinanciamento como instrumento de construção partidária que livraria o PSOL da dependência crônica dos repasses do Fundo Partidário e Eleitoral.
Do ponto de vista político, ao aderir a frente amplíssima, impulsionada por Lula e o PT, o partido se diluiu e não foi capaz de apresentar uma saída para os trabalhadores que superem as malezas do sistema capitalista no Distrito Federal.
Defendemos que o PSOL rompa com a Rede Sustentabilidade e construa uma frente de esquerda socialista no DF que intervenha nas lutas em curso contra os planos de ajuste de Ibaneis e do Lula/Alckimin, como o arcabouço fiscal e a nova reforma tributária, as privatizações e a implantação do Novo Ensino Médio.
O PSOL deve seguir seu propósito fundacional, abandonar a via reformista e um se firmar como partido independente, das lutas e ecossocialista.
ELEIÇÕES 2022
A vitória eleitoral expressiva de Fábio Felix e Max Maciel dobrando a bancada partidária na CLDF e o cumprimento da cláusula de barreira em nível nacional não podem esconder, camuflar ou menosprezar os diversos problemas políticos e organizativos que o partido teve durante as últimas eleições.
A nominata, apesar do avanço em relação as eleições de 2018, ainda apresentou problemas como candidatos sem identificação com o PSOL e com debilidades na formação política. Por isso defendemos que os candidatos devam ser militantes orgânicos do partido e que partissem dos seus fóruns e atividades partidárias cotidianamente.
A dependência do Fundo Eleitoral e Partidário para financiar as campanhas é um problema que gera disputa fraticida e acordos de cúpula que acabam beneficiando as candidaturas das correntes majoritárias, criando um fosso entre as candidaturas prioritárias e a grande maioria de candidaturas de trabalhadoras e trabalhadores que fizeram uma campanha na força e na mobilização militante.
O erro político de não apresentar candidatura própria para presidente, foi um elemento que favoreceu que e vários candidatos proporcionais descomprometidos com o PSOL abandonassem a candidatura da Keka e deliberadamente apoiassem Leandro Grass (PV-PT), o que fez que na prática, o partido se diluísse na frente amplíssima e fosse engolido pelo voto útil nas candidaturas à Federal, ao Senado e ao GDF.
A Secretaria de Acesso à Justiça do Ministério da Justiça é da Primavera Socialista ou do Itaú?
“Quem paga a banda escolhe a música”
(dito popular)
Assim como em vários estados do Brasil, as candidaturas do campo majoritário do PSOL Popular foram financiadas por burgueses e bilionários que enriqueceram à custa da espoliação dos trabalhadores rompendo a independência de classe do partido, descumprindo o Estatuto e as resoluções congressuais que proíbem que candidaturas do partido recebam financiamento dos nossos inimigos de classe que atuam todo dia para retirar nossos direitos.
Aqui no DF as candidaturas prioritárias da Primavera Socialista de Marivaldo Pereira (ex-presidente do PSOL-DF) candidato a deputado distrital e Roseli Farias, candidata a deputada federal recebem milhares de reais de banqueiros como Arminio Fraga, ex-presidente do BC de FHC e de representantes das principais famílias acionistas da Itaúsa que controlam uma dezena de empresas como o banco Itaú Unibanco, construtoras, mineradoras e empreiteiras.
Financiadores da burguesia na campanha de Marivaldo Pereira
Financiadores de Roseli Faria
Além de receberem diretamente da burguesia, também financiaram indiretamente, outras candidaturas por meio de transferência de recursos, Ludmila Suaid e Rita Andrade receberam, cada uma, 3 mil reais de Marivaldo.
Marivaldo, Roseli, Ferreira e outros dirigentes da Primavera Socialista, financiados pelos donos do Itaú, integram a Secretaria de Acesso à Justiça do Ministério da Justiça do governo Lula/Alckmin.
É um erro grave e rompe com a independência de classe do PSOL receber dinheiro da burguesia e compor um governo que tem a presença de burgueses e representantes da direita brasileira, pois este governo não defende os interesses da classe trabalhadora, como é o caso do arcabouço fiscal, as privatizações de portos, ferrovias e aeroportos e não revogação de medidas ultraliberais como a implantação do Novo Ensino Médio e as reformas da previdência e a trabalhista.
Defendemos:
Organização do PSOL por locais de trabalho, categoria e moradia;
Organicidade aos setoriais e núcleos do Partido em todo o DF com apoio financeiro, político e organizativo da Direção Regional do PSOL-DF;
Comissão de Comunicação para constante produção de jornais, notas e panfletos, sem autoritarismo, sem burocracia e sem falsa democracia.
Vida orgânica para o PSOL-DF: Executiva quinzenal, Diretório bimestral e Plenárias Regionais quadrimestral, livre organização para os núcleos e a zonais.
Proibição total e irrestrita a qualquer financiamento de campanha oriundo de grandes empresários, banqueiros e congêneres.
Proibição de filiados do PSOL-DF de fazerem parte do governo Ibaneis Rocha e de Lula/Alckimin.
PLANO DE LUTAS
Fora Ibaneis! Greve Geral! Unificar as lutas d@s trabalhador@s e da Juventude contra (e para reverter) a Reforma Trabalhista e a Reforma da Previdência! Todo apoio as lutas em curso! Unificar as greves e campanhas salariais;
Fim imediato das derrubadas. Regularização fundiária das áreas ocupadas pelo povo pobre e trabalhador, criação de programas habitacionais que atendam a população pobre do DF;
Redução da jornada de trabalho sem redução do salário; contra o extermínio da juventude, especialmente pobre e negra. Legalização das drogas e fim da Polícia Militar;
Reestatização da CEB Distribuição;
Fim do IGES – DF!
Tarifa zero no transporte público do DF e entorno, estatização das empresas de ônibus e controle do sistema pelos trabalhadores;
Garantia intransigente dos direitos das mulheres, negros, indígenas, quilombolas, ribeirinhos, pessoas com deficiência, camponeses e população LGBTQIAPN+;
Prisão e confisco dos bens de todos os corruptos e corruptores do DF;
Contra a Terceirização dos serviços públicos de saúde, transporte, educação, assistência social etc.
Contra a criminalização das lutas! Extinção da PM já! Criação de conselhos de segurança efetivo com participação popular e ampla divulgação e influência para decidir onde e em que projetos devem ser aplicados os recursos do Fundo Constitucional.
Todo apoio às lutas das mulheres trabalhadoras! O machismo é fruto do capitalismo! Todo apoio ao Feminismo Classista! Pela descriminalização do aborto;
Pelo Livre conceito de Família. Combater a homofobia. Combate à violência contra travestis e transexuais;
Apoio às lutas LGBTQIAPN+, que essas lutas se abriguem junto a classe trabalhadora. Defesa do casamento homoafetivo. Pelo casamento civil igualitário. Garantia do direito à autodefinição da identidade de gênero. Pelo direito de travestis e transexuais à saúde integral;
ASSINAM:
RS - Revolução Socialista - Tendência Interna do PSOL
Lucas Barbosa de Melo – Executiva Regional PSOL-DF
Angelo Balbino Soares Pereira – Diretório Regional PSOL-DF
Adjoan Maciel Batista da Fonseca – Analista de Sistemas
Ana Paula de Matos Oliveira – Funcionária Pública
André Luiz de Oliveira do Nascimento – Motorista
André Marques Amarante – Analista de Sistemas
Angela Maria Dias da Silva – Servidora Pública aposentada
Camila Aquino dos Santos Silva – Servidora do Judiciário
Cássio Eduardo Silveira Xavier – Músico
Claudia Alves Camelo – Técnica em Enfermagem
Clever Gomes Junior - Mecânico
Cosme Miranda Rangel – PSOL-DF
Danielle Guedes Silva - Professora
Doracy Soares Chaves – Professora
Elizer Justo de Lima - Estudante, pesquisador científico e militante LGBT
Gustavo Meneghin - PSOL-DF
Inácio Magalhães do Nascimento - Pedreiro
Isabella Alves Reis – Advogada/Militante Feminista
Izabela da Silva Martins - Professora
Janaina Nascimento dos Santos – PSOL-DF
José Ferreira Neto – Servidor Público aposentado
Jose Goncalves Netto - Professor
Jose Helder Almeida de Sousa – Funcionário Público
Josicler Gomes - Secretária
Juliana de Freitas Nascimento - Professora
Julio Cesar Lisboa de Lima Pereira – Militante Movimento Negro
Kimberly Guida Carvalho – Estudante
Laura Alves de Melo - Estudante
Luciene de Souza Lira – PSOL-DF
Marcelo de Franca Laus e Silva - Autônomo
Maria Aparecida Borges de Sousa - Professora
Maria Celia Santana da Silva Saglia – Autônoma
Maria Cristina da Cunha Almeida – Vendedora
Maria Eduarda Alves Nunes - Estudante
Maria Lúcia da Silva Lopes – Professora
Mario Paes de Almeida - Autônomo
Mauro Sergio de Jesus Fernandes – Advogado
Noelia Martins dos Anjos – Professora
Paulo Henrique Sousa de Carvalho – Professor
Pedro Alves Viegas – Comunicador Social
Poliana Pereira Rodrigues – Professora
Raimunda Cacilda de Oliveira – Trabalhadora Doméstica
Raimunda de Freitas Nascimento – Costureira
Rodrigo Azevedo Cassiano - Estudante
Sebastiana de Almeida Aguiar Vieira – PSOL-DF
Stela Alves Camelo – Técnica em Enfermagem
Edilane Viana Cabral - Professora GO
Erivan Junio Silva Barros – PSOL-GO
Maria de Jesus Mesquita – Professora Aposentada GO.
Matheus de Mesquita e Pontes - Professor GO
Rubens Teixeira – PSOL-MG
Luiz Fernando Rodrigues – PSOL-MG
Halley Cunha Rodrigues – Professor – MG
Alexandre Esteves – Sindicalista-MG
Henrique Neves – PSOL-MG
Iara Suzana – Agente Comunitária MG
Maria Iraci – Costureira MG
Luiz Alberto Macedo Carvalho Junior – Servidor Público Estadual TO
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