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JUSTIÇA POR MARIELLE!

Por: Suzete Chaffin – Membro do Coletivo Feminista Marielle Vive!

Sete anos de luta por justiça por Marielle e Anderson. São muitas perguntas sem respostas desde aquele 14 de março de 2018, quando a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes foram brutalmente executados, supostamente porque “ela atrapalhava” a ação de milícias. Os criminosos estavam seguros de que não ia dar em nada o assassinato de uma mulher negra, lésbica, cria da favela, mas o Brasil e o mundo continuam cobrando justiça.

A investigação policial se arrastou com uma série de episódios mal-elucidados, durante o governo Bolsonaro. Ao completar um ano do caso prenderam o vizinho de Bolsonaro, Ronnie Lessa, e o ex-militar Élcio de Queiroz, executores do crime. Na sequência, porém, a pressão política e popular passou a expor imbróglios na investigação.

Houve substituição de cinco delegados; denúncia de interferências; tentativa de federalização da investigação; descarte de armas no mar; sinais de envolvimento da família Bolsonaro com a milícia carioca: amizade, homenagens, empregos em gabinetes para mãe e esposa de miliciano, depoimento de porteiro do Condomínio Vivendas da Barra, que liga Bolsonaro ao seu vizinho Ronnie Lessa; o que até hoje não foi suficientemente explicado, tal qual a mensagem do ex-candidato a deputado do PL/RJ, Ailton Barros, dizendo saber quem é o mandante; indício de queima de arquivo, na morte do miliciano Adriano da Nóbrega; chefe de polícia amigo de Ronnie Lessa, e muitos outros absurdos mais.

Com a mudança de governo, esperava-se que a investigação fosse mais célere. Depois de um ano e três meses de governo Lula/Alkmin, o que se viu foi a tentativa de tratar o desfecho do caso como se fosse um espetáculo, diante da expectativa criada, uma vez que foi anunciado que o duplo assassinato seria desvendado no primeiro trimestre de 2024. Coube ao então ministro da Justiça, Lewandowisk, a espetacularização do anúncio da homologação da delação premiada de Ronnie Lessa. O fato causou indignação à sociedade, que ansiava por respostas.

Em março de 2024, o caso foi enviado ao Supremo Tribunal Federal – STF, porque alguém envolvido teria foro privilegiado no Supremo. Instalou-se o suspense. Poderia ser: presidente, vice-presidente, ministro (a) de Estado, senador(a), deputado (a) federal, membros dos tribunais superiores, do Tribunal de Contas da União e embaixadores. Com base na delação de Ronnie Lessa, as especulações levaram aos irmãos: Domingos Brazão – conselheiro do Tribunal de Contas da União do Rio de Janeiro –, e Chiquinho Brazão – deputado federal (à época do Avante, atualmente sem partido) que, vergonhosamente, até hoje não foi cassado. Também foi preso o ex-delegado, alçado pelo general Braga Netto ao cargo de chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, na véspera dos assassinatos – Rivaldo Barbosa – possuidor de tal frieza, que no acompanhamento do caso teve contatos com a família de Marielle e prometeu empenho para solucionar o caso, entretanto, teria atuado para evitar a elucidação dos crimes.

Sete anos depois da brutal execução de Marielle e Anderson, Marielle se agigantou. Foi de enredo de Escola de Samba, no Rio de Janeiro, a nome de Jardim, em Paris. Virou estátua. É símbolo da luta por direitos humanos, internacionalmente. No Brasil, o dia 14 de março (14M) – instituído como Dia Nacional Marielle Franco de Enfrentamento da Violência de Gênero e Raça – serve de ferramenta no combate à violência política que atinge a maioria das mulheres que ascendem lugar de poder, sobretudo as negras e trans, e que, no caso de Marielle, culminou em feminicídio. Marielle vive!

Ronnie Lessa, que apertou o gatilho, foi condenado a 78 anos, 9 meses e 30 dias de prisão, e Élcio Queiroz, motorista do Cobalt branco de onde partiram os tiros, a 59 anos, 10 meses e 11 dias. Já o trio: Rivaldo Barbosa, Domingos e Chiquinho Brazão são réus, denunciados ao STF por homicídio e formação de quadrilha pela Procuradoria Geral da União – PGR. Eles alegam inocência.

Não vamos nos calar! Queremos respostas às perguntas: Quem mandou matar Marielle? E por quê? Exigimos punição exemplar para os mandantes dos crimes! É luta que segue. Exigimos justiça por Marielle e Anderson!

 
 
 

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