Neste 28 de setembro, estejamos nas ruas no Dia Latino-Americano e Caribenho pela Descriminalização e Legalização do Aborto.
Por Ana Camila, Mãe, estudante de Psicologia e militante da Revolução Socialista
No dia 28 de setembro, unimos nossas vozes em um ato de resistência e luta pelos direitos reprodutivos de mulheres e pessoas que gestam, em toda a América Latina e Caribe. Esta data, marcada como o Dia Latino-Americano e Caribenho pela Descriminalização e Legalização do Aborto, nos convoca a reafirmar a urgência de garantir o direito ao aborto legal, seguro e gratuito em todos os países. Após as mobilizações que levaram milhares as ruas contra a PL1904, agora nos encontramos em mobilização por essa pauta novamente.
Por um Estado Laico, educação sexual para decidir, contraceptivos para não abortar, aborto legal e gratuito para não morrer!
A criminalização do aborto é uma violência que atinge, principalmente, mulheres negras, indígenas, pobres e periféricas, privando-as de autonomia sobre suas vidas. Também lutamos para que a legalização do aborto não favoreça as elites, que lucram com a privatização da saúde, mas que ele seja um direito universal, assegurado por um sistema público e acessível para todas as pessoas.
Defendemos que o aborto é uma questão de saúde pública, de justiça reprodutiva* e de direitos humanos. A imposição da maternidade compulsória se relaciona diretamente com a manutenção da propriedade privada, transformando pessoas gestantes em instrumentos de reprodução e sobrecarregando-as com tarefas de cuidado invisíveis e não remuneradas, que sustentam o sistema capitalista.
A luta pelo aborto seguro e gratuito é, portanto, também uma luta pela libertação dos corpos das amarras da exploração econômica e patriarcal, e da visão da gestação de vidas como reprodução de classe trabalhadora explorada. O controle reprodutivo é historicamente uma ferramenta para garantir o poder sobre a reprodução da força de trabalho, subordinando quem gesta aos interesses da propriedade privada.
As igrejas pressionam para evitar que os projetos de Lei sejam discutidos no parlamento, enquanto o STF engaveta o debate sobre a legalização do aborto e, por sua vez, Lula dá as costas para as mulheres e pessoas gestantes e se declara contra o aborto voluntário. Está demonstrado que apenas com a nossa mobilização e organização poderemos conquistar o direito humano a decidir sobre os nossos corpos e nossas vidas.
Convidamos a todas, todos e todes a se somarem aos atos em suas cidades, levando suas bandeiras, cartazes e energias para construirmos uma sociedade onde não seja crime decidir sobre nossos corpos, tempo e força produtiva. Vamos ocupar as ruas, exigir a descriminalização e legalização do aborto legal, seguro e gratuito para todas as pessoas!
Venha com a Revolução Socialista e o Coletivo Feminista Marielle Vive nessa luta pelo fim da exploração reprodutiva e pela construção de uma saúde pública, de qualidade, acessível a todes. Defendemos um Socialismo construído pela base, que se fortalece a partir das demandas populares e garante que as decisões sobre nossos corpos e vidas estejam nas mãos de quem vive a realidade cotidiana da opressão e exploração. Lutamos por uma sociedade em que possamos decidir não apenas sobre a condição em que novas vidas virão ao mundo, mas também sobre a criação de um mundo onde essas vidas possam viver com dignidade!
Derrotar o patriarcado e construir uma revolução feminista!
Não falar sobre o aborto é mais uma forma de fechar os olhos e ignorar a realidade vivida por pessoas que gestam!
Aborto seguro, legal e gratuito!