Após nove dias de greve, incluindo uma audiência no TRT de Campinas e várias negociações, os trabalhadores e trabalhadoras da fábrica química Corteva de Jacareí deliberaram pelo encerramento da greve mediante acordo que contempla: 8 salários nominais, 9 meses de convênio médico, 3 meses de auxílio farmácia, PLR integral e homologação no Sindicato; além das verbas rescisórias para os 30 demitidos. Os trabalhadores festejaram o triunfo visto que tinham sido demitidos dia 11/01, numa manobra da patronal que convocou reunião com o sindicato para o fechamento da campanha salarial, ao mesmo tempo em que reunia os trabalhadores para coagi-los a assinar a demissão. Ao receber aviso de um trabalhador, o Sindicato encerrou imediatamente a reunião com a empresa e passou a organizar a luta pela reintegração dos demitidos, o que garantiu a vitória dos trabalhadores.
Foi fundamental para essa conquista a combatividade da entidade e dos trabalhadores da empresa, particularmente dos demitidos que se envolveram ativamente desde o início: denunciaram o golpe da empresa, se revezaram dia e noite para participar dos piquetes e nomearam uma comissão que acompanhou o Sindicato na audiência conciliatória.
Na audiência conciliatória de 18/01, o Sindicato apresentou provas sobre os lucros bilionários da multinacional e o absurdo do fechamento intempestivo. A firma manteve as demissões e informou o fechamento para 2023/2024. O juiz deu sentencia favorável à liminar do Sindicato dia 19/01 por falta de cumprimento do Acordo Coletivo, que exige negociação antes de demissões e massa. Mas a suspensão das demissões não garantiria estabilidade no trabalho nem impediria o fechamento da empresa, podendo assim haver demissão individual, sem nenhuma compensação. Diante disso, levando em conta que a empresa duplicou a proposta do pacote econômico, trabalhadoras e trabalhadores demitidos/as votaram por unanimidade fechar acordo já redigido e que será homologado pela Justiça do Trabalho.
O Sindicato dos Químicos de São José dos Campos e região, filiado à CSP-Conlutas e à Unidos pra Lutas, tem plena consciência de que não alcançou tudo o que queria que era a reintegração e o fechamento da empresa. Porém manterá a luta em defesa dos direitos dos 45 trabalhadores que ainda continuam na empresa, encarregados da operação de desmonte da planta.
A disposição de luta dos trabalhadores/as, que se revezaram nas tarefas para manter o acampamento por mais de uma semana da porta da fábrica, fortaleceu o papel desempenhado pelo Sindicato frente à empresa e à Justiça. Há que se destacar a unidade dos trabalhadores e o apoio dos Sindicatos: dos Metalúrgicos, dos Correios, da Alimentação e dos Condutores.
Parabéns a todos e todas que apostam na luta para defender emprego e direitos!
Viva a classe trabalhadora unida!!!
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