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1º de Maio de Lula e Boulos esvaziado em São Paulo. Por que será?

Por Alex Fernandes, diretor do Sindicato de Metroviárias e Metroviários de SP, membro da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, da Coordenação Nacional da Unidos Pra Lutar e da Revolução Socialista.

 

Em São Paulo, ato de 1º de Maio organizado pela "frente ampla" (CUT, Força Sindical, CTB, PT, PSOL, PCdoB, PSB, etc.), "flopou". As centrais sindicais e os partidos políticos governistas e cabos eleitorais de Lula e Guilherme Boulos não tiveram o prestígio esperado em Itaquera, ficou totalmente esvaziado.

 

Por trás desse esvaziamento, está o descrédito ao governo Lula/Alckmin, que assiste sua popularidade arrefecer todos os dias pelos erros na condução de seu governo. Governo que hoje enfrenta uma importante greve federal do Funcionalismo Público Federal da educação superior que, junto com o movimento estudantil, enfrenta a política de orçamento e reajuste salarial 0%.  Tudo isso junto com, uma vez mais, a criminosa política de conciliação de classes que une no ato do 1º de maio os trabalhadores com patrões e governos. Convidar Lula, Alckmin, dentre outros governantes, já é ruim, convidar Nunes e Tarcísio já é uma provocação ao bom senso das trabalhadoras e dos trabalhadores.

 

Primeiro, que o PT já não é mais o partido político que representa os trabalhadores, já demonstrou sua degeneração política se tornando mais um partido da ordem que administra grana alta do fundo partidário, e com os vícios da promiscuidade da política brasileira (corrupção e fisiologismo). Um partido que governa ao serviço do agronegócio, empresários e banqueiros e que, como ficou demonstrado no Arcabouço Fiscal, corta gastos de políticas e serviços públicos e beneficia o capital financeiro. E na rabeira, leva junto seus partidos satélites (PCdoB, PSOL, etc.).

 

Segundo, suas alianças com políticos que historicamente sempre roubaram dinheiro público e atuaram contra o povo pobre no país, como Geraldo Alckmin e todos da direita tradicional que compõem esse governo também contribuíram para o esvaziamento, os trabalhadores reconhecem bem quem são seus algozes.

 

Terceiro, as pessoas que votaram em Lula, não votaram para ter um governo com os tradicionais partidos da direita, o chamado "centrão", tampouco os partidos da extrema direita do ex-presidente Bolsonaro (PL, Podemos, PP, etc.). Para o povo fica caracterizado que é mais dos mesmos, óbvio que o governo perde o apoio popular por se aliar com quem ataca o povo.

 

Por fim, as centrais sindicais, que deveriam estar combatendo esse governo, estão escondidas em nome da governabilidade vendo os baixos salários corroerem a renda dos trabalhadores.

 

Pautas para esses centrais sindicais "chapa branca" não faltam: Exigir a revogação das reformas trabalhistas, previdenciária, do Novo ensino Médio, anulação do Arcabouço Fiscal (teto de gastos), que retira dinheiro da saúde, educação e reajuste zero para os servidores federais. Combater as terceirizações, o PL da uberização, o fim da escala 6x1 que, precariza cada vez mais o trabalhador. Lutar contra as privatizações e exigir a reestatização das empresas privatizadas. Derrubar o Marco Temporal, que retira as terras dos povos originários e favorece o agronegócio.

 

E na contramão da história segue o PSOL, com o pré candidato à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos apostando nesse modelo do governo de Lula/Alckmin se aliando com essa frente ampla, e fazendo do 1º de Maio, um palanque eleitoral, por sorte, o esvaziamento do ato de Itaquera não permitiu seu oportunismo se materializar. Isso só favorece a candidatura de Ricardo Nunes, representante da extrema direita na cidade.

 

Sendo assim, valorizo as iniciativas da pastoral operária e CSP Conlutas, que realizaram, em São Paulo, atos de 1º de Maio internacionalistas, classistas e independentes de governos e patrões, respectivamente do ato histórico na praça da Sé às 9h, e do ato na praça Ramos às 14h. Nossa tendência sindical Unidos pra Lutar, que constrói a CSP Conlutas, participou desses dois atos, porém achamos ruim essa divisão e abrimos aqui um debate fraterno no sentido de construirmos um plano de lutas e ato do 1º de Maio em 2025 unificados.

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